sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Saudades

Sou de um tempo, e nem faz tanto tempo assim, que as famílias tinham apenas um aparelho de TV (preto e branco) na sala da casa onde se reuniam com alguns vizinhos para assistir a novela das 20h que atualmente é exibida às 21h.
Lembro que tomávamos uma Coca Cola de 1 litro de vidro retornável a cada domingo e, me parece, não sei ao certo se é saudosísmo, mas aquela Coca dava para a família toda, agora já temos refeigerantes de até 3 litros e meio e não é suficiente,,,
Os amigos, ha que delcia! Chegavam nas casas, almoçavam geralmente macarronada com carne assada, sorvete Kibon para a sobremesa. Havia abraços, risos, gargalhadas que eram ouvidas nas outras casas da vizinhança, bingo, crianças correndo no quintal, brincando na rua, bebendo água da mangueira... Surpreso? É verdade, podia-se brincar nas ruas e beber água da mangueira, ninguém desconfiava da CEDAE ou comprava esses garrafões de àgua de agora.
Pois bem, um dia acordei e me dei conta de que aquele quase sonho havia desaparecido como que num estalo de dedos e no seu lugar havia um computador que me afastavam através da tela do contato de fato das pessoas.
Aqueles amigos, vizinhos e as crianças de outrora trocaram o real pelo virtual, passaram para uma espécie de carreira solo onde sem perceber idolatram a tela dando todo o seu tempo para ficar em frente a ele.
Mas é claro que as pessoas têm sempre uma boa justificativa , afinal nesses dias todos andam muito ocupados carregando verdadeiros fardos pesadíssimos desnecessários e sempre quando lhes convém lançam mão daquela velha desculpa para não se relacionar efetivamente: Estou sem tempo.
A questão de verdade não é a falta de tempo e sim o tempo que se perde na frente da tela hipinotizadora ou da TV que dita os comportamentos que são aceitos de cabeça baixa, sem pensar.
É claro que o avanço da tecnologia nos beneficiou em muito, mas ela não deve nos dominar. O ser humano é o seu criador e não seu escravo, o resultado disso são os números das pesquisas que demonstram cada vez mais pessoas solitárias, depressivas e suicidas, vivendo um sofisma.

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