sexta-feira, 9 de novembro de 2012

1. O Kit Gay e a Educação - a mentira com aparência de verdade.

Lembro-me quando minha irmã e eu éramos crianças... minha mãe, mesmo muito humilde, nos dava a educação que acreditava ser a melhor para nós. E hoje sei, era e é a melhor para nós até agora.
No início dos anos 80, apareceu uma psicologia moderna, que afirmava que as crianças não deviam ser contrariadas sob a pena da revolta contra a família e problemas psicológicos na vida adulta. Lembro-me muito bem disso, porque àquela época, eu mesma diante da "informação", questionei minha mãe, que afirmou que continuaria me contrariando sempre que fosse necessário. É... D. Lurdes na sua simplicidade sábia...
Dez anos depois, nasce diante da explosão da delinqüência juvenil, resultado da permissividade lançada outrora, o Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8069/90, com a finalidade de "salvar aquilo que, ainda, não havia se perdido". Coitado do ECA! Tão cheio de ideais, boas intenções como a proteção e o melhor interesse de crianças e adolescentes, já nasceu fadado à uma missão salvadora impossível de promover uma sociedade futura justa.
Uma lei perfeita, porém sem aplicabilidade in totum. Aplicável, tão-somente, aos fatos apresentados, cada vez mais, horrendos. Isso porque enquanto os pequenos núcleos da sociedade - família - não forem curados, não haverá sociedade futura melhor e mais justa. E essa cura vem de cima, do topo da pirâmide social que não faz nada ou quase nada para que a base possa ascender de alguma forma - e isso começa com a educação de qualidade.
E, agora, não me faltava mais nada! Sinto-me agredida ao constatar que o meu direito de exercer na minha família a educação que acredito; assim como aquela que minha mãe pode exercer numa época que dizem ser menos desenvolvida; não poderá subsistir a essa pretensão veiculada hodiernamente, pois, ainda que essa pretensão não se concretize, ficará marcada na vida das famílias e na história do país.
O que está acontecendo conosco?
Aonde chegaremos com esses passos largos, que não são nossos e que só nos levam para o abismo?
Isso é cercear o direito de escolha da educação familiar, a educação que a família acredita ser necessária aos filhos.
Isso tudo, todo esse barulho em nome de um "bem estar", educa em quê?
Qual é o objetivo?
Será que não é privilegiar um pequeno grupo em detrimento de um grande grupo?
Então, a partir de agora, os "discriminados" ficam livres para se expressarem como quiserem?
E as inocentes crianças que desconhecem o tal preconceito apregoado?
E nós os pais devemos assistir e aceitar que nos empurrem de goela abaixo e, ainda, nas escolas, esse tipo de filme, kit, ou seja, lá o que for?
Será que a discriminação não estaria sendo reforçada?
Quem mais promove a tal discriminação que dá origem ao medo e a violência é a televisão que, na verdade, mais alimenta esse tipo de comportamento do que esclarece de fato. E, não é somente contra os gays, mas também contra os negros, os nordestinos, as mulheres, os judeus, os pobres, os miseráveis, os deficientes físicos e mentais..., por isso, não estou falando aqui contra os discriminados porque também sou discriminada, mas sim em favor das crianças, observando o que dispõe o espírito da Lei 8069/90, que é o Estatuto da Criança e do Adolescente.
A solução Salomônica é que cada pai que desejar dar esse tipo de educação para seus filhos que leve o kit para casa e discuta o assunto em família e que cada pessoa discriminada recorra ao judiciário, assim os direitos de todos serão realmente respeitados.
Deixo bem claro e em "caixa alta": NÃO TENHO NADA CONTRA HOMOSSEXUAIS E, NINGUÉM DEVERIA TER, PORQUE SÃO SERES HUMANOS COMO TODOS NÓS, mas tenho contra essa forma que quer amordaçar não somente nossas bocas, mas também, nossas mentes e que contraria, totalmente, os princípios da Constituição Federal, é como aquele trecho da música da mineirada do clube da esquina, Milton Nascimento, Lô Borges e Fernando Brant que diz: "...Em meio a tantos gases lacrimogêneos ficam calmos, calmos ...E lá se vai mais um dia ...E o Rio de asfalto e gente entorna pelas ladeiras, entope o meio fio...” E, é isso mesmo, gases lacrimogêneos que imobilizam quase todos.
Sei que o crescimento acentuado da população gera uma expectativa frente ao apelo por criação de mais de leis como panacéia para todos os males, simplesmente, porque a nossa sociedade não compreende a distância entre o real e a fantasia, a necessidade daquilo que realmente vem nos faltando: Família e Educação de verdade.
Imagine se cada grupo discriminado passar a requerer uma lei específica?
Se isso ocorrer, a CRFB/88 poderá também ser rasgada, pois esta já diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade - art. 5º.
Quem disse que crianças e, principalmente, as do primeiro seguimento da educação fundamental precisam desse tipo de "educação"?
Isso, na verdade, é acabar com a infância, é fazer com que uma criança amadureça a força como fruta verde, tirada do pé antes da época, que precisa ser embrulhada em uma folha de jornal dentro de um forno. Crianças pensam em brincar e têm um tempo certo e individual para o amadurecimento, elas não vêem as coisas dessa forma maldosa e embaçada.
Não sou tola ao ponto de dizer que elas não sofrem a influência perniciosa dos adultos, por isso mesmo, insisto que o problema está na sociedade e não será apenas um "kit" que nos ensinará a conviver com as diferenças. O que fará a diferença para conviver com as diferenças é exatamente a educação simples e pura sem sofismas.

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